Solo Fashion

Por ALEXANDRA FARAH

A gente ama um desfile, mas não se engane. No momento, o lado mais fashion da moda não é a passarela e, sim, o solo.

A ideia deste espaço, onde irei escrever quinzenalmente, é indicar filmes e livros de moda e sustentabilidade. Títulos deliciosos, que expandem nosso conhecimento e nossa consciência sobre esses temas.
No Netflix, tem um documentário incrível, que fala sobre um assunto central das atuais discussões mundiais: o solo, o chão. Solo Fertil ou Kiss the Ground (2020) que, curiosidade, foi produzido com apoio financeiro de várias celebridades, entre elas, Gisele Bundchen, mostra que o desafio agora é cuidar da matéria prima: como ela é produzida, como ela é descartada.
Solo Fertil não é um filme de moda, mas ajuda a compreender porque LVMH, Gucci, Zara, e outras centenas de marcas deixaram as disputas de lado para assinar acordos de que rumo seguir para levar sustentabilidade para a parte mais invisível da moda – os tecidos, quando eles ainda são plantas ou bichos.
Todas as cláusulas dos acordos assinados tem a ver com a qualidade do solo.
A LVMH, por exemplo, até 2025, oferecerá total transparência da cadeia de valor de seus itens de origem animal e reduzirá o impacto ambiental durante o processo de produção desses itens. Outras empresas como Burberry, Inditex e H&M se alinharam com a Ellen McCarthur Foundation na lista de tarefas do acordo “New Plastics Economy”. Na França, no “Pacto Fashion”, 150 marcas de 32 grupos se comprometeram a trabalhar para diminuir o impacto da produção de moda e acelerar inovações tecnológicas.

Em comum, os comprometimentos firmados atestam:

1) Focar, controlar e reinventar a parte invisível da moda, a do
solo, ou seja, dos materiais em sua primeira fase;

2) Incentivar novos materiais e a biotecnologia;

3) Fim imediato do plástico de um uso só;

4) Manter os oceanos com funcionalidade;

5) Rastreabilidade e transparência total (em alguns casos, uso do
blockchain) da cadeia de suprimentos, “do solo ao closet”;

6) Incentivar a educação da nova geração de designers para que
estes aprendam a trabalhar na circularidade.

Entre na discussão mundial, assista Solo Fertil. Até a proxima 🙂

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