Couro de plantas
Por Alexandra Farah
Textura e aparência de couro. Mas é planta. Conheça 6 startups que desenvolvem materiais com propriedades semelhantes às do couro de animal.
Aqui no ADN Reset, a francesa Caire faz bolsas lindas com couro de cactus produzido pela mexicana Desserto Pelle. O material, com alta durabilidade, é um dos destaques entre as novas soluções que visam minimizar o impacto da criação de animais na biodiversidade.
1) De cactus
@desserto.pelle
O Notus Cactus nasce em abundância no México e é o ingrediente escolhido pela startup Desserto para reduzir lixo e poluição gerada pelo couro de animal e pelo courvin, que tem como base o plástico. “Desserto é livre de químicos tóxicos, de PVC e de ftalatos, um aditivo que deixa o plástico mais maleável”, diz Adriáno di Marti, um dos fundadores. A secagem das folhas dos cactos é feita ao sol o que economiza energia. Da fazenda ao material pronto, todo processo é rastreado, o que permite práticas sociais sustentáveis e uma melhoria da biodiversidade na região. Um couro muito resistente e belo.
2) e 3)Abacaxi
@Pinatex
@NovaMilan
O Pinatex é o mais famoso couro feito com sobras das plantações de frutas que não são aproveitadas na indústria alimentícia, no caso, de abacaxi. Para a fundadora, a pioneira Carmen Hijosa, “design não é só produto,design é sobre responsabilidade.” Mais recentemente, a Nova Milan, da Costa Rica, país que é o maior exportador mundial de abacaxi, entrou na corrida manufaturando o que eles chamam de “primeiro ecossistema completo de couro vegano sem petróleo e à base de plantas.” A ideia é transformar a Costa Rica em líder mundial do couro vegetal.
4) Folha
@Beleaf
O Brasil também tem seu representante. É a empresa carioca Nova Kaeru que faz o couro Beleaf, de Orelha de Elefante, uma folha verde, fibrosa e grande que nasce em abundância em países tropicais. Elas são tratadas por processo orgânico “que utiliza óleos especiais e produtos químicos (não prejudiciais à saúde ou poluentes ao meio ambiente) para que atinjam um estado estável onde não deterioram se mantidas secas”. Parece bem interessante.
5) Maça
@The Apple Skin
Empresa italiana, The Apple Skin usa na receita de seu couro vegetal 20-30% resíduos de maçãs que são processadas para fazer sucos. O resíduo é misturado ao poliéster virgem, o que não é legal, mas a empresa diz estar trabalhando em uma versão que use poliéster reciclado.
6) Coco
@Malai
A empresa trabalha ao lado de produtores de coco no sul da Índia onde, depois de remover a polpa branca dos cocos, a água é descartada no solo. Para conter o desperdício, a turma da Malai criou um couro biodegradável e compostável: a matéria-prima é um tipo de celulose bacteriana extraída da água de cocos maduros. De todos os materiais citados aqui, o Malai é o que tem a aparência mais aveludada, se aproximando mais da camurça.